terça-feira, 1 de maio de 2012

Para que o homem verdadeiro seja

Tradução livre do texto “Perché l’uomo vero sia” de Massimo Scaligero, de uma carta de 1977 a um discípulo.
Publicada no “L’Archetipo” de abril de 2012, revista mensal de inspiração antroposófica – presente em www.larchetipo.com

Hoje uma grande calma, vasta, dominante, consubstancial,compenetrante de todo o ser: vem de um perdão absoluto de tudo, de uma não reação de acusação a tudo, de uma bondade lógica para com tudo, de uma justificativa radical de tudo.
A grande calma, ou seja, a verdadeira cura, é o resultado do absoluto domínio do corpo astral, da cessação do seu movimento inevitavelmente luciférico e portanto arimânico.
É o verdadeiro ser, do qual floresce a ulterior vida do homem, que vai se separando da natureza má, para que o homem verdadeiro seja. Formas humano-animais evoluirão em direção ao materialismo e aprisionarão as almas que não se abriram ao Espírito. Poderá acontecer também que as almas tenham se livrado e que aquelas formas sejam simplesmente uma veste humana-animal sem conteúdo.Tudo se prepara agora sob o signo da Grande Busca Pelo Graal, decisiva para a escolha final.
É portanto a hora da vontade pura, da vontade que nasce como oferta espiritual, porque esta é a sua real natureza: errando o objeto do oferecimento, de forma obtusa se torna desejom mas este também é um sacrifício onde existe alegria, mas é uma alegria impura. É necessário devolver ao querer o objeto puro, o objeto verdadeiro de seu doar-se absoluto. A vontade é verdadeira quando se torna sacrifício, oferta absoluta de si.
A vontade é na realidade Amor. Quem reconquista a vontade pode verdadeiramente amar. É tudo agora, presente, assim como a meditação direcionada ao mundo mas que emana da Essência do mundo, isto é do Logos. E este é o segredo que continuamente opera o prodígio da superação do mal no mundo, que é a transformação do mal no bem. O mal não existe, existe somente um bem distorcido. Está presente como caminho curador do mundo a essência do pensamento que contempla o mal do mundo e trabalha na sua redenção. E é ainda mais uma vez a força íntima do Amor do pensamento que a quer. Uma vitória necessária é a absoluta extinção da maya da mesquinhez cotidiana dos seres senscientes ao redor, a absoluta intocabilidade das ondas malédicas: a certeza de uma ordem superior do karma e do Logos, que regula tudo.
Não sermos arranhados e nem sequer tocados, mas ir de encontro a tudo com a confiança do Logos que move o Logos. É necessário sempre superar a barreira na forma que continuamente muda: é sempre a mesma barreira. No signo da elevação e da vitória sempre o impulso da doação socorredora que supera qualquer obstáculo da Terra e do Céu.

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